Ex-presidente vai depor às 14h desta 3ª feira para explicar supostas fraudes em seu cartão de vacina.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve prestar depoimento à PF (Polícia Federal) às 14h desta 3ª feira (16.mai.2023) para explicar as supostas fraudes em seu cartão de vacina reveladas pela Operação Venire, em 3 de maio. É o 3º depoimento de Bolsonaro desde quando saiu da Presidência. O 1º, em 5 de abril, apurou o recebimento de joias do governo da Arábia Saudita. Já o 2º foi realizado em 26 de abril e tratava sobre os atos extremistas de 8 de Janeiro.

Dessa vez, o ex-presidente falará no caso que faz parte do inquérito das milícias digitais que corre no STF (Supremo Tribunal Federal) sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes. A investigação apura se o ex-presidente adulterou seu cartão de vacinação e da filha Laura, de 12 anos, antes de embarcarem para os EUA, no final de dezembro de 2022. O comprovante de imunização contra a covid era exigido para a entrada no país, mas Bolsonaro diz nunca ter se vacinado. Saiba o que o ex-presidente deve explicar nesta 3ª (16.mai):

Cartão de vacina de Laura Bolsonaro A corporação suspeita de uma tentativa de fraudar o cartão vacinal de Laura Bolsonaro, 12 anos, filha mais nova do ex-presidente. A investigação indica que o cartão da adolescente foi emitido pelo aplicativo ConecteSUS em 27 de dezembro de 2022, dias antes de a família embarcar para Orlando. Bolsonaro, no entanto, disse que a filha entrou no país mediante apresentação de um atestado médico que a vetava de tomar a vacina contra a covid-19 em razão de problemas cardíacos. Ele afirma que quando a vacinação de crianças e adolescentes foi liberada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), ele telefonou ao órgão para questionar sobre possíveis efeitos colaterais da vacina.

Registros de vacinação Segundo o inquérito, o ex-presidente teria recebido a 1ª dose da vacina da Pfizer contra a covid no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias, em 13 de agosto de 2022. Em 14 de outubro do mesmo ano, consta que Bolsonaro se vacinou com o imunizante do mesmo laboratório pela 2ª vez, na mesma unidade de saúde. Entretanto, o documento afirma que, em 27 de dezembro de 2022, as informações sobre a vacina foram excluídas do sistema pela operadora Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva sob a alegação de “erro”.
De acordo com o MPF, a CGU (Controladoria Geral da União) concluiu que o ex-presidente não esteve em Duque de Caxias na data em que consta sua 1ª vacinação. Segundo o órgão, o ex-chefe do Executivo brasileiro esteve na capital fluminense até seu retorno para Brasília, às 21h25. Em relação à 2ª dose da vacina, a CGU disse que, apesar de Bolsonaro ter participado de uma caminhada no município da Baixada Fluminense em 14 de outubro, às 11h (o Poder360 registrou o evento), não há indícios de que ele foi até à unidade de saúde se vacinar. No dia, o então presidente embarcou para Belo Horizonte (MG.às 13h40, segundo a CGU.

No dia 30, data em que Bolsonaro embarcou para os Estados Unidos, um novo comprovante foi emitido, agora apenas com o imunizante da Janssen, de dose única. 15 dias antes do seu retorno ao Brasil, em 29 de abril, um 4º comprovante foi emitido, também com a vacina da Janssen. Além das doses indicadas pela investigação, uma apuração da CGU informou ter descoberto outro caso de vacinação falsa em nome do ex-presidente em São Paulo. “Em determinado momento, a CGU também fez suas apurações e informou à Polícia Federal do Rio de Janeiro a outro caso de uma vacinação em São Paulo. Portanto, são situações estanques que aparentemente envolveu o mesmo grupo”, disse Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF.

Poder 360

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