Magistrada foi alvo de processos administrativos disciplinares por manifestações político-partidárias
A juíza Ludmila Lins Grilo, da Vara Criminal da Infância e da Juventude de Unaí (MG), foi aposentada compulsoriamente pelo TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) por “interesse público, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição”. Eis a íntegra (PDF – 35KB). A agora ex-juíza acumula posturas de confronto com práticas em prol da saúde pública na pandemia e ofensas ao Judiciário.
A decisão é do desembargador José Arthur de Carvalho Pereira Filho, publicada no Diário Judiciário Eletrônico nesta 5ª feira (25.mai.2023). A magistrada foi alvo de 2 PADs (Processos Administrativos Disciplinares) instaurados no CNJ (Comissão Nacional de Justiça) por conta de sua conduta profissional e exposição nas redes sociais.
Grilo ficou conhecida por expressar suas posições políticas abertamente e criticar medidas de prevenção contra a covid-19 durante a pandemia. Em janeiro de 2021, ela publicou um vídeo em seu perfil no Twitter ensinando como andar em shopping sem usar máscara –medida obrigatória na época para evitar a contaminação pelo coronavírus. OFENSAS AO STF Ela também foi acusada de manifestação política nas redes sociais. Em publicações, igualmente em plataformas online, a juíza criticou ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Segundo despacho do ministro da CNJ, Luis Felipe Salomão, sua conduta nas redes sociais era “incompatível com seus deveres funcionais”. Eis a íntegra do documento (209 KB).
Em uma das publicações, a magistrada refere-se aos ministros do STF Alexandre de Moraes e Luis Roberto Barroso como “perseguidores-gerais da República do Brasil”. Depois do post, o ministro Alexandre de Moraes mandou suspender a conta da juíza, que continua fora do ar até hoje.
O Poder360 tentou obter acesso aos processos administrativos do CNJ, mas foram negados por estarem sob sigilo. Segundo representantes do TJMG, Grilo continuará recebendo remuneração mensal, proporcional ao tempo de juíza. Ela passou no concurso de magistratura em 2013, em 41º lugar, portanto, tem 10 anos no cargo.
Poder 360