Walter Delgatti Netto foi preso pela PF na 4ª em investigação por invasões ao sistema do CNJ.
A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do 8 de Janeiro aprovou nesta 5ª feira (3.ago.2023) a convocação do hacker da “Vaza Jato”, Walter Delgatti Netto. Ele deve ser questionado sobre seu suposto envolvimento em atos contra instituições democráticas brasileiras. Delgatti foi preso pela PF (Polícia Federal) na 5ª feira (2.ago). A corporação apura invasões ao sistema do Conselho Nacional de Justiça para inserção de alvarás de soltura e documentos falsos contra o ministro do STF e presidente do TSE, Alexandre de Moraes. A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) também é investigada.
A convocação foi votada em bloco pelos congressistas, ou seja, junto com outros requerimentos, e foi aprovada em votação simbólica. A sessão, no entanto, foi marcada por bate-bocas e confusões. Inicialmente, integrantes da comissão se reuniram s portas fechadas por mais de 2h para definir o que seria votado. Ao sair da reunião, o presidente da CPI, deputado Arthur Maia (União Brasil), afirmou que havia acordo para votar a convocação do hacker e do fotojornalista Adriano Machado, da agência de notícias Reuters.
No entanto, o deputado Rubens Pereira Jr (PT-MA) disse que não havia acordo dos governistas para convocar um integrante da mídia. O grupo é maioria na comissão. Congressistas da oposição insistem na convocação do fotojornalista. Pelo regimento das comissões, a pauta de uma reunião em que requerimentos serão votados deve ser publicada com 48h de antecedência. A regra só pode ser ignorada se houver acordo entre os integrantes do colegiado. Sem acordo, nada pode ser votado. Assim, para votar os requerimentos na sessão desta 5ª feira (3.ago) era necessário um acordo.
Machado registrou em fotos a invasão às sedes dos Três Poderes, assim como outros profissionais de comunicação de empresas de mídia nacional e internacional. Congressistas da oposição defendem a convocação do fotógrafo desde o início da CPI. A hipótese defendida pelos oposicionistas é de que Machado seria uma pessoa infiltrada nos atos. “Pelas imagens pode-se perceber que um homem só teria dado o chute depois de ter sido informado pelo fotógrafo de que a violação seria gravada”, diz requerimento de convocação assinado pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
“O fotógrafo tem diversas fotos publicadas com o Presidente Lula em suas redes sociais. E inclusive cobriu a posse do presidente Lula. O vice-presidente Geraldo Alckmin chegou a fazer uma postagem em seu perfil informando sobre o trabalho do fotógrafo durante o evento”, diz o requerimento de Eduardo. “Diante disso, considera-se que o senhor Adriano Machado tem muito a colaborar com os trabalhos desta Comissão”. O senado Jorge Seif (PL-SC) afirmou nesta 5ª feira (3.ago) que Machado foi “cúmplice” dos atos extremistas.
Depois de diversas discussões, votaram os requerimentos, aprovando a convocação tanto de Delgatti quanto de Machado, além de integrantes da Polícia Militar do Distrito Federal.
Poder 360