Em evento do Lide, presidente do Senado também afirma que é preciso que governo “respeite o passado” e não mude o que foi aprovado no Congresso.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), cobrou do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a redução “imediata” das taxas de juros no Brasil. Em sua fala mais contundente sobre o tema até hoje, ele disse que o Senado deu autonomia à instituição bancária, mas que é necessário ter “sensibilidade política” nas decisões.

“A perspectiva da autonomia [do Banco Central] que desejávamos e desejamos no Senado Federal é para que não fosse suscetível a influências políticas indevidas. Mas há um sentimento geral hoje, que depende de base técnica, mas também de sensibilidade política, que nós precisamos encontrar os caminhos para redução imediata da taxa de juros sob pena de sacrificarmos o trabalho que fizemos ao longo do tempo“, disse Pacheco durante apresentação no Lide Conference, no Reino Unido, nesta 5ª feira (20.abr.2023). Pacheco foi aplaudido pela plateia, composta, sobretudo, de empresários.

Pacheco disse, ainda, que apesar das divergências do Legislativo com o Executivo, há um sentimento em comum de busca por taxas mais baixas de juros. “Há divergências naturais entre Executivo e o Legislativo, entre a sociedade e o mundo empresarial. Mas se há algo que nos une neste momento é a impressão, o desejo, a obstinação de reduzir a taxa de juros“, disse.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus apoiadores têm aumentado a pressão sobre o presidente da autoridade monetária por redução nos juros. Essa cobrança levou ao aumento na perspectiva de inflação de médio prazo. Segundo Pacheco, o país precisa avançar apesar dos ruídos políticos. Ele não citou o nome de Lula.

“Se esses ruídos e marolas que têm prejudicado a redução da taxa de juros no Brasil são um problema, temos que atacar esse problema e permitir que haja a redução. Ruído na política o Brasil sempre vai ter. Teve no governo anterior e terá neste. Mas, mesmo assim, tivemos taxa de juros de 2% no passado. É importante que nos juntemos de forma equilibrada e o BC sendo respeitado. Mas que busquemos fazer uma redução imediata das taxas de juros“, disse.

Segundo Pacheco, as condições para reduzir as taxas de juros estão dadas. “A inflação, meu querido Campos Neto, está contida e em ritmo de queda. Nossa moeda é estável e tivemos na semana passada abaixo de R$ 5 o dólar. Agora precisamos crescer o Brasil e não conseguiremos com a taxa de juros a 13,75%“.

Créditos- Poder 360

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