Antes, presidente havia sugerido que Ucrânia cedesse o território à Rússia para acabar com guerra.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 4ª feira (26.abr.2023) que não tem a competência para decidir a quem pertence a Crimeia, território da Ucrânia anexado pela Rússia em 2014 após uma ocupação militar.

“Não cabe a mim decidir de quem é a Crimeia. Eu acho que quando você sentar numa mesa de negociação, você pode discutir qualquer coisa, até a Crimeia. Mas não sou eu que vou discutir isso.

Quem tem que discutir isso são os russos e ucranianos”, disse Lula em visita a Madri, na Espanha.

A península da Crimeia foi anexada ao território da Rússia em março de 2014. A decisão se deu após um controverso referendo realizado na região e mediante a formalização do pedido pelo parlamento da Crimeia.

Ocorre que, mesmo antes da oficialização, a Rússia já havia enviado tropas para a península alegando proteção aos cidadãos russos.

O processo de anexação nunca foi reconhecido pela ONU (Organização das Nações Unidas), que segue dizendo que a Crimeia é território ucraniano e que o referendo de 2014 não é válido.

O presidente brasileiro tem tentado se colocar como mediador das negociações para o fim do conflito e propõe a criação de um “clube da paz” para arbitrar as conversas entre Moscou e Kiev.

Em 6 de abril, Lula havia sugerido que a Ucrânia cedesse a Crimeia para a Rússia para acabar com a guerra. “[O presidente da Rússia, Vladimir] Putin não pode ficar com o terreno da Ucrânia. Talvez se discuta a Crimeia.

Mas o que ele invadiu de novo, tem que se repensar.

O [presidente da Ucrânia, Volodymyr] Zelensky não pode querer tudo. A Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte] não vai poder se estabelecer na fronteira [com a Rússia]”, falou na ocasião.

Agora, o presidente defendeu que os países parem a guerra primeiro e depois negociem os termos do acordo de paz. “Cada um acha que tem razão, cada um acha que pode mais. O dado concreto é que o povo está morrendo. E só tem um jeito, é parar para fazer um acordo”, disse em Madri. “Você tem que discutir a Crimeia, tem que discutir outros territórios da Ucrânia, tem que discutir a Otan. Tem muitas coisas em jogo.”.

O petista também acusou os países-membros do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) de serem os principais promotores de conflitos no mundo. “Nós vivemos num mundo em que o Conselho de Segurança da ONU, os membros permanentes, todos eles são os maiores produtores de armas do mundo, são os maiores vendedores de armas do mundo e são os maiores participantes de guerra do mundo”, disse Lula.

O Conselho de Segurança é composto por um grupo de 5 países permanentes (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia) e por outros 10 países com assento rotativo para mandatos de 2 anos. Atualmente, o Brasil ocupa uma das vagas destinadas à América Latina e Caribe para o biênio 2022-2023.

O presidente ainda mencionou que o organismo não impediu a invasão dos Estados Unidos ao Iraque, em 2003, e vem perdendo força ao longo dos anos. Propôs rever a composição permanente do conselho.

Créditos- Poder 360

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