Encontro está marcado para às 17 h no Palácio da Alvorada; implementação de acordos assinados em janeiro também deverá ser discutida, assim como a criação de uma linha de crédito para que os argentinos comprem produtos brasileiros

O presidente Lula (PT) recebe o presidente da ArgentinaAlberto Fernández, no fim da tarde desta terça-feira, 2, no Palácio da Alvorada. O chefe do Executivo argentino antecipou a vinda ao Brasil, já que a viagem estava programa apenas para o fim de junho deste ano. O encontro está marcado para as 17h e deverá ter como pauta central a questão econômica. Fernández deverá pedir ajuda ao governo brasileiro, já que a Argentina atravessa uma grave crise econômica. Sem dólares para importar produtos essenciais para a indústria, o país vizinho vê uma grande desvalorização do peso em relação ao dólar e convive com uma taxa de juros de 81% e uma inflação que soma 104% ao ano. Também deverão ser discutidos avanços nas implementações de acordos nas áreas econômicas, de defesa, saúde, ciência, tecnologia e inovação que foram assinados em janeiro, quando Lula visitou a Argentina.

Lula deverá propor uma linha de crédito para que a Argentina compre produtos do Brasil. Segundo o Ministério da Fazenda, cerca de 200 empresas que vendem produtos para o país vizinho devem ser beneficiadas, sendo que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deverá ser a fonte de crédito. O Brasil financiaria pelo menos US$ 1,5 bilhão por mês durante, no mínimo, seis meses, para exportação de insumos industriais para a Argentina, com aval do Fundo Garantidor de Exportações (FGE), administrado pelo Ministério da Fazenda. Isso para que o Fundo pudesse cobrir prejuízos caso houvesse calote pelo governo argentino. Isso evitaria riscos passados, como o que aconteceu com a Venezuela, que não pagou tudo que deve com obras do metrô de Caracas. Também deverá ser discutido um financiamento do BNDES para ampliar um gasoduto e permitir que gás argentino chegue ao Brasil, servindo de alternativa para os brasileiros ao gás boliviano. Com o agravo da crise econômica, Fernandez tem menos de 20% de aprovação e já anunciou que não concorrerá à reeleição, assim como sua vice-presidente, Cristina Kirchner.

Jovem Pan




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