Ex-presidente teve celular apreendido pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (3) em operação que investiga inserção de dados falsos sobre vacinação contra Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.
Após ter o celular apreendido pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que não se vacinou contra a Covid-19 e que não houve adulteração em seu cartão de vacinação.
A declaração foi feita enquanto Bolsonaro deixava sua casa, no Jardim Botânico, em Brasília – endereço que foi alvo de busca e apreensão da PF em operação que investiga a prática de crimes na inserção de dados falsos sobre vacinação contra Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde (sistemas SI-PNI e RNDS).
“O objetivo da busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro: cartão de vacinação. O que eu tenho a dizer para vocês: eu não tomei a vacina”, declarou a repórteres ao deixar o local. Ele afirmou que estava indo para a sede do Partido Liberal (PL).
Questionado sobre a investigação policial, que apontou que seus dados de vacinação foram adulterados no sistema da Saúde, Bolsonaro afirmou que “não existe adulteração da minha parte”.
“Nunca me foi pedido cartão de vacina em lugar nenhum. Não existe adulteração da minha parte”, disse.
Ele afirmou que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro teve o cartão de vacina fotografado pelos policiais. Ela se vacinou nos Estados Unidos, em 2021.
Bolsonaro também afirmou que sua filha com Michelle, Laura, de 12 anos, não se vacinou contra a Covid-19. Uma fonte da PF afirmou à CNN que Laura teve seus dados de vacinação contra Covid-19 alterados nos sistemas do Ministério da Saúde.
Sobre seu celular que foi apreendido durante a operação, Bolsonaro afirmou que o aparelho não tem senha para acesso: “Não tenho nada a esconder.”
PF prende ex-ajudante de ordens Mauro Cid e outros ex-assessores de Bolsonaro
Os policiais também realizam busca e apreensão em um endereço ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Brasília, no Jardim Botânico. É a casa onde o ex-presidente mora com Michelle Bolsonaro. O celular do ex-presidente foi apreendido pela Polícia Federal.
As ações fazem parte da Operação Venire, deflagrada nesta quarta, que investiga a prática de crimes na inserção de dados falsos sobre vacinação contra Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde (sistemas SI-PNI e RNDS).
Max Guilherme e o Sérgio Cordeiro, assessores de Bolsonaro que trabalhavam no Planalto, também foram presos. Também foi preso o secretário municipal de Governo da cidade de Duque de Caxias/RJ, João Carlos de Sousa Brecha.
A CNN apurou que a cidade de Duque de Caxias se envolve na investigação porque um dos registros encontrados no sistema da Saúde sobre a vacinação de Bolsonaro foi feito em um posto de saúde do município fluminense. Nesse posto, houve um registro de que o ex-presidente teria se imunizado contra a Covid-19 no local, e a investigação apontou que era um dado adulterado.
No total, são cumpridos seis mandados de prisão e 16 de busca e apreensão. Eles estão no âmbito do inquérito das milícias digitais, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Entre os alvos de buscas está o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ), irmão do ex-prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis, que é atual secretário estadual de Transportes do governo de Cláudio Castro. Gutemberg está em Brasília.
A CNN apurou que a filha e a esposa de Mauro Cid e também estão envolvidas na investigação da PF, porque teriam tido seus dados de vacinação adulterados também.
Uma fonte da Polícia Federal (PF) informou à CNN que a filha de Bolsonaro, Laura Bolsonaro, teria dados alterados na carteira de vacinação contra Covid-19.
CNN