Presidente do Senado tende a aumentar espaço governista na comissão; redução de assento eleva pressão sobre a oposição .

Depois de o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), retirar um assento da oposição da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de Janeiro, e entregá-lo a um deputado da base, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deve seguir o mesmo caminho e aumentar a composição governista na comissão, apurou o Poder360. A decisão de Lira, que favorece o Palácio do Planalto, consta em ofício enviado ao Senado. Lira se utilizou de uma previsão regimental para dar a titularidade que seria ocupada por um congressista do Novo a um do PT. Caso Pacheco acompanhe o movimento da Casa Baixa, a CPMI terá 20 dos seus 32 membros no âmbito de apoio ao Palácio do Planalto, minando assim a possibilidade de sucesso do bloco oposicionista na votação de requerimentos de convocação.

A análise de interlocutores das cúpulas da Câmara e do Senado é de que o aumento governista na CPMI force a retirada do requerimento que pediu sua criação. Este jornal digital procurou o autor do pedido de instalação da CMPI do 8 de Janeiro, André Fernandes (PL-CE), mas não conseguiu contato até a publicação deste conteúdo.

O espaço segue aberto. Uma das estratégias para minar a oposição, que conforme adiantou o Poder360 na semana passada quer o apoio dos congressistas independentes para a tropa de choque contra o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é ter na Presidência do colegiado misto um congressista aliado a Lira e na relatoria um aliado a Pacheco e ao governo.

O requerimento da CPMI foi lido na semana passada, episódio em que sua instalação foi autorizada. Com o cenário, porém, a lista de indicados da oposição pode ser alijada, o que favorece o Planalto, contrário à criação da comissão no início deste ano, mas favorável a partir da divulgação de imagens que mostraram um suposto envolvimento de oficiais do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) junto aos extremistas que depredaram prédios públicos na Praça dos Três Poderes.

Metrópoles


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