Segundo ex-presidente da Câmara dos Deputados, há três 'couraças' que protegem entidades estrangeiras na região
Em artigo publicado na segunda-feira 8 no jornal O Liberal, Aldo Rebelo, ex-presidente da Câmara dos Deputados, expressou críticas contundentes à atuação das Organizações Não Governamentais (ONGs) internacionais na Amazônia brasileira.
Segundo Rebelo, essas ONGs operam como um Estado paralelo, protegido por três couraças que garantem sua liberdade de ação em uma área de grande sensibilidade e vulnerabilidade para a segurança nacional.
A primeira couraça mencionada por Aldo Rebelo é a financeira, representada pelos vultosos recursos em dólares e euros que alimentam as operações dessas organizações. Esses recursos são utilizados desde a cooptação de lideranças indígenas e ribeirinhas até a organização de um sofisticado esquema de comunicação, que recruta jornalistas da mídia tradicional por meio de generosas quantias financeiras.
A segunda couraça, segundo o político, é a diplomática, oferecida pelas casas reais europeias e pelas embaixadas dos Estados Unidos e da Europa Ocidental em Brasília. Essas instituições têm trabalhado para legitimar as ONGs ambientalistas e indigenistas, promovendo recepções midiáticas que revelam uma intimidade promíscua entre agentes públicos brasileiros e autoridades estrangeiras.
A terceira couraça destacada por Rebelo é composta pelas corporações e agências do próprio Estado nacional brasileiro, que se tornaram cúmplices da agenda ditada pelos interesses imperiais.
Nesse sentido, na visão de Rebelo, o Ministério do Meio Ambiente desempenha um papel central na articulação dos objetivos externos na execução da política ambiental do país. “Todo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUCS) e a imobilização de áreas crescentes do território nacional por meio de demarcações de terras indígenas gigantescas tem origem na necessidade dos países ricos e desenvolvidos em constituir reservas de recursos naturais (minérios e biodiversidade) para o futuro de suas economias.”
Rebelo afirma que, na Amazônia brasileira, diversos órgãos estatais, como o Ministério do Meio Ambiente, dos Direitos Humanos, das Populações Indígenas, o Ibama, a Funai e o Ministério Público, trabalham em conjunto com a agenda global e suas conexões para garantir os interesses das nações poderosas. No entanto, o autor ressalta que existem exceções honrosas dentro dessas instituições.
“É a corrupção da virtude, como pregou certa vez um teólogo norte-americano, para demonstrar como causas humanitárias e generosas podem ser usadas para objetivos nem humanitários nem generosos”, observa Rebelo. “A Alemanha nazista invadiu a Polônia e a Tchecoslováquia a pretexto de defender as minorias alemãs oprimidas, e os Estados Unidos promoveram golpes de Estado e a tortura e o genocídio vietnamita com o argumento de que estavam protegendo a liberdade e a democracia.”
Rebelo destaca que a tragédia ocorre quando setores do próprio Estado nacional se voltam contra o interesse do país, em prol de potências externas, sejam elas concorrentes ou hostis.
Ele defende que o Brasil retome o controle do seu destino por meio de um “governo forte de profundas raízes nacionais e apoiado firmemente nas esperanças do povo.”
Revista Oeste