Ricardo Nunes deixou de lado o asfaltamento e espalhou supercones pela capital paulista

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), inventou um método revolucionário para tapar os buracos das ruas da cidade. Em vez de mandar asfaltá-los, como os políticos convencionais fariam, o emedebista decidiu povoar as ruas com supercones.

Quem mora em outros Estados se assusta com a quantidade de supercones espalhados pela capital paulista. Mas não causa espanto naqueles que ali moram. Os supercones se transformaram numa espécie de patrimônio cultural dos paulistanos, porque compõem a paisagem urbana das zonas norte, sul, leste e oeste.

A falta de recursos poderia ser um dos motivos para a greve de asfaltamento. No entanto, só a cidade de São Paulo tem orçamento de R$ 96 bilhões — valor superior ao verificado nos Estados do Rio Grande do Sul (R$ 74 bilhões), Bahia (R$ 64 bilhões), Paraná (R$ 60,5 bilhões) e Santa Catarina (R$ 44 bilhões), além do Distrito Federal (R$ 58 bilhões). O orçamento da capital paulista é um pouco inferior ao de Minas Gerais (R$ 106 bilhões) e do Rio de Janeiro (R$ 102 bilhões).

São Paulo abandonada

Não são apenas os buracos que atormentam os paulistanos. “Basta perambular por algumas regiões da cidade de São Paulo para deparar com a miséria e o abandono escancarado na maior metrópole do país”, escreve Paula Leal, em reportagem publicada na Edição 91 da Revista Oeste. “A pandemia de covid-19 agravou um dos grandes desafios da administração pública municipal: a população de rua. Barracas e tendas armadas a céu aberto, lixo empilhado, trapos e cobertores amontoados, carrinhos de mercado largados pelas vias. É um cenário de degradação que embrutece a paisagem urbana. O Poder Público finge não ver o problema. Mas ele existe. E não para de crescer.”

Revista Oeste


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