Ministra comenta sobre o esforço necessário para cumprir as metas fiscais do novo marco; diz que tudo será “crível”
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, jogou “granada sem pino” no próprio colo. Ela se referia às “metas ambiciosas” nas contas públicas, que necessitarão do aumento de receitas. Afirmou, porém, que os objetivos são críveis.
“Eu brinquei já com o ministro Haddad falando assim: ‘olha, nós estamos aqui para lhe apoiar, mas você sabe que você jogou uma granada sem pino no seu colo, né?’”, disse a ministra. “Nós temos metas audaciosas, mas críveis, que são possíveis de serem realizadas em relação ao resultado primário que é tentar zerar o deficit no ano que vem com uma flexibilidade de chegar a -0,25%, algo em torno de R$ 20 bilhões negativos”, completou.
Ela e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo participam por videoconferência de evento do jornal Valor Econômico. O relatório do marco fiscal, do deputado Claudio Cajado (PP-BA) aprovado na Câmara, adotou metas o resultado primário do governo –receitas subtraídas por despesas, com exceção do pagamento da dívida. Há uma discussão entre agentes econômicos de que os objetivos fiscais serão difíceis de serem cumpridos. Haverá necessidade de se aumentar a arrecadação da União.
Tebet disse que o Brasil precisou aumentar o gasto público durante a pandemia de covid-19. Ela defendeu que é preciso melhorar a eficiência das despesas e viabilizar a melhora da vida das pessoas, prejudicadas no período de crise sanitária. A ministra afirmou que Haddad enviou medidas ao Congresso para aumentar a receita do governo. Disse que a arrecadação é importante para que a nova regra fiscal se “sustente. “Nós temos 6 ou 7 medidas tramitando que dariam em torno de R$ 130 bilhões”, declarou.
Tebet afirmou que o governo não irá aumentar alíquotas ou impostos. Galípolo concordou com as falas da ministra e disse que o “desafio” demonstra a “coragem” da administração federal. “Fazer o mesmo ajuste de sempre, ou seja, sobre o lombo das mesas pessoas, que seria cortar programas sociais […], seria reproduzir alguma coisa que já foi feita algumas vezes na história do país”, disse Galípolo.
O secretário-executivo diz que o trabalho do Ministério da Fazenda faz é explicitar as renúncias fiscais que “existem há muito tempo” e que “parecem não se revelarem da maneira mais interessante para o Estado fazer algum subsídio ou esforço fiscal”. Galípolo disse que o governo dará preferência por ajustes fiscais que vão a favor da distribuição de renda.
Poder 360