Petista se aproxima de Pacheco (PSD-MG) e Alcolumbre (União Brasil-AP) para fazer frente ao Centrão e ao presidente da Câmara
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem buscado o Senado e o STF (Supremo Tribunal Federal) para se contrapor ao poder do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Centrão. O petista tem colecionado derrotas na Casa, por isso aumentou a interlocução com outros grupos. Quando o governo percebeu que poderia perder a votação da medida provisória da Esplanada, que aumentava de 22 para 37 o número de ministérios, Lula e seus auxiliares montaram o plano B. Quando a medida perdesse a validade, baixaria outra norma (possivelmente outra MP).A oposição contestaria no STF, já que é proibido editar uma medida provisória no mesmo ano em que outra idêntica já prescreveu. Por lá, confia que teria uma vitória.O mesmo tem ocorrido no Senado. Lula aumentou a proximidade com o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e com o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Davi Alcolumbre. Também fez contato Gilberto Kassab (PSD). Segundo aliados, está confiante que tem musculatura. Por isso, já demonstrou a intenção de, em algum momento, pagar para ver. Com STF e Senado ao seu lado, poderia tentar dobrar de uma vez a Câmara e Arthur Lira.
Aliados do petista afirmam ser natural essa aproximação. Dizem que facilitou o fato de a MP da Esplanada ter sido a escolhida para quase caducar. Usam a frase do presidente do Senado sobre o tema para dizer que não é legítimo impedir o governo eleito pelas urnas a montar a sua estrutura. “Todo mundo compreende a importância da medida provisória para a estruturação do Estado e do governo. Obviamente, pode haver críticas em relação à articulação política. Mas nada que leve a uma situação de não se aprovar a principal medida provisória do país. Não podemos misturar as estações“, disse Pacheco no ato da aprovação.
RISCOS Se a estratégia desenhada por Lula vingar, haverá uma guerra aberta entre Planalto e Câmara. De um lado, qualquer presidente necessita dos deputados. Do outro, Lira e seu grupo pedem justamente nacos do governo. Há uma relação simbiótica. O presidente da Câmara disse que a aprovação da MP do governo foi “último voto de confiança ao Planalto”. O desfecho de um eventual ataque pode dar início a um sem fim de gestos de retaliação.
Poder 360