Ida do presidente ao interior paulista não constava na agenda oficial; oposição desconfia que petista tentou arranjar um álibi para se livrar de acusações de omissão
A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de Janeiro deverá se reunir duas vezes nos próximos dias — na terça-feira, 13, e na quinta, 25 — para analisar convocações e cerca de 285 dos 840 requerimentos apresentados. Um dos temas em discussão será a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Araraquara, segundo informações do repórter Bruno Pinheiro, da Jovem Pan News. O petista foi à cidade do interior paulista para manifestar solidariedade após uma forte chuva causar a morte de seis pessoas. A passagem de Lula por lá não constava na agenda oficial, e por isso a oposição quer apurar se essa foi uma forma de o atual chefe do Executivo conseguir um álibi que o livrasse das acusações de omissão durante os ato de vandalismo em Brasília. Os parlamentares contrários ao governo alegam que o Palácio do Planalto sabia da iminência de um ataque a prédios públicos na Praça dos Três Poderes e não fez nada para impedir a fim de acusar Jair Bolsonaro e seus apoiadores de tentar dar um golpe de Estado.
A comissão também pretende se debruçar sobre os aluguéis de ônibus que levaram os manifestantes a Brasília nos dias anteriores a 8 de janeiro. Ideia é verificar se alguém se enriqueceu com o dinheiro gasto com transporte. Arthur Maia, presidente da CPMI, ainda terá um encontro com Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do inquérito dos atos no Distrito Federal. A audiência acontecerá antes de o colegiado analisar requerimentos e informações sigilosas que estão no Supremo. “Queremos fazer tudo de comum acordo. A investigação que está sendo realizada pela CPMI e a que está no âmbito do Supremo Tribunal Federal não são inimigas, são complementares”, disse Maia.
Jovem Pan