Indicado ao STF pelo presidente responde a perguntas de senadores na CCJ, nesta quarta (21). Após sabatina, nome será votado na comissão e, em seguida, no plenário da Casa.

O advogado Cristiano Zanin, indicado pelo presidente Lula a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), responde a perguntas do senador Sergio Moro sobre a relação com o petista nesta quarta-feira (21). Zanin defendeu Lula nos processos da operação Lava Jato, da qual Moro foi juiz.

A interação entre os dois ocorreu na sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, etapa formal do processo de indicação ao STF. A sessão foi aberta pouco depois das 10h e a expectativa é que o plenário da Casa vote a indicação ainda nesta quarta.

Veja abaixo às respostas de Zanin às perguntas de Moro:

Zanin admitiu ter uma relação próxima com Lula, e afirmou que a relação entre os dois se "estabeleceu ao longo do tempo".

"Na condição de advogado, eu tive uma convivência frequente com o presidente Lula. Não fui padrinho do casamento do presidente Lula e prezo muito essa relação assim como a relação que tenho com outras pessoas deste Senado da República", disse.

O advogado, no entanto, afirmou que só esteve com Lula presencialmente uma vez neste ano, quando foi convidado para a vaga no STF, na presenças de outros ministros do governo.

"A minha relação tem esses contornos, jamais vou negá-la. Sou grato ao presidente Lula por ter indicado meu nome ao STF", afirmou.

  • Se, no STF, Zanin se declararia impedido para atuar em processos da Lava Jato nos quais atuou:

Zanin adiantou que não vai atuar nos processos em que atuou na Lava Jato. No entanto, disse que em outras ações, não pretende se declarar impedido apenas devido à "etiqueta" da Lava Jato.

"Os processos em que funcionou como advogado, se [meu nome] for aprovado por este Senado, eu não poderei a vir julgar esse processo, essa causa. Questões futuras, processos futuros, evidentemente é necessário analisar os autos, quem são as partes e o conteúdo", afirmou.

"Não acredito que o simples fato de colocar uma etiqueta no processo, indicar o nome Lava Jato, isso possa ser um critério para ser usado para aquilatar a suspeição ou o impedimento."

  • Se Zanin defende a criação de órgão regulador da imprensa;

O advogado disse apenas que defende "de forma veemente" a liberdade de imprensa, como direito fundamental.

  • Se Zanin defende a diferenciação entre tráfico e uso de drogas, de acordo com a quantidade de entorpecentes apreendidos;
  • Se Zanin é favorável ou contrário à nova Lei das Estatais;
  • Como Zanin se posiciona com relação à exclusão de provas ilícitas de processos;
  • Posição de Zanin sobre o foro privilegiado.

Mais cedo, Zanin já afirmou que juízes não deveriam atuar como "protagonistas", e disse que a opinião pública não pode ser "determinante" em julgamentos.

Lula dizia ao então juiz Sérgio Moro que ele era pautado pela opinião pública e estava "condenado" a "condenar" o petista no caso do triplex, que levou Lula à prisão – posteriormente, a condenação imposta por Moro a Lula foi anulada pelo STF.

"Magistrado, na minha visão, não é protagonista, não deve ser protagonista do processo, mas, sim, alguém que vai, com muito equilíbrio e temperança, coletar argumentos nos autos e proferir sua decisão, seguindo sempre a Constituição e as leis", afirmou Zanin na sabatina.

G1




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