Uma junta médica do Congresso avaliou nesta segunda-feira(26), o estado de saúde do Coronel Jorge Eduardo Naime, ex-chefe do Departamento de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal, que apresentou um atestado médico no dia de seu depoimento. Apesar do laudo atestar que sua saúde mental está agravada, o Coronel decidiu mesmo assim depor. O Ministro da STF Alexandre de Moraes já havia negado o pedido da defesa de Naime para que ele não comparecesse no depoimento.
O advogado Gustavo Mascarenhas garantiu que seu cliente não está fugindo do depoimento na CPMI, porém seu estado de saúde e a quantidade de remédios que ele vem tomando para conter as crises de ansiedade e o quadro atestado de depressão podem alterar a capacidade cognitiva durante seu depoimento hoje na CPMI.
São pelo menos 4 remédios, todos tarja preta que vem sendo administrados em doses máximas. O estado de saúde de Naime pirorou a cerca de 2 semanas, depois de saber que o filho de 14 anos, que tem hidrocefalia está sujeito a ter que fazer uma nova cirurgia. A ausência do pai é o que teria desencadeado a piora em seu estado clinico.
Preso há quase 5 meses, o ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, Jorge Eduardo Naime entrou de férias no dia 3 de janeiro e não estava de serviço no dia das invasões. No entanto ele foi convocado no dia 8 de janeiro e compareceu atuando na evacuação dos prédios dos 3 poderes.
A defesa do ex-comandante lembra ainda que o ex-comandante prestou depoimento na CPI da Câmara do legislativo do DF, e que o cliente é o maior interessado em esclarecer os fatos, no entanto acredita que o comandante interino, que o substituía no dia das invasões bem como subcomandante-geral da PMDF, Coronel Klepter Rosa, que tomou a decisão de dispensar a tropa um dia antes da manifestação deveria ser prioridade na lista de convocações da CPMI.
Chama atenção que Coronel Klepter Rosa, no dia 7 de janeiro, ordenou que os policiais ficassem de sobreaviso, que é quando o efetivo é dispensado pra casa podendo ser acionados a qualquer momento. Normalmente os policiais ficam de prontidão, ou seja dormem nos alojamentos, o que poderia ter agilizado o trabalho da polícia para conter a entrada dos manifestantes nas sedes dos 3 poderes. Apesar da decisão falha de dispensar os policiais um dia antes das invasões, Coronel Klepter não sofreu nenhum tipo de punição, e ainda foi promovido no dia 15 de fevereiro a Comandante Geral da Polícia Militar do Distrito Federal, cargo que ocupa até o momento.