
Arthur Maia diz não poder afirmar que coronel do Exército mentiu, mas que ficou com dúvidas sobre a versão apresentada
O presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do 8 de Janeiro, deputado Arthur Maia (União Brasil0-BA), disse que a versão apresentada pelo coronel do Exército Jean Lawand Junior na comissão é uma “história inverossímil”. “Eu sou um legalista. Uma coisa é um depoente chegar e dizer que não estava na praça dos Três Poderes no 8 de Janeiro. E em seguida aparecer um vídeo com ele lá no 8 de Janeiro. Isso ai caracteriza através de prova material uma mentira. Outra coisa é o sujeito interpretar aquilo que ele disse. Ele está fazendo interpretação do que ele escreveu. Eu confesso que ache a história inverossímil”, afirmou Maia depois da sessão.
Convocado a ir à comissão, o militar negou que tenha pedido um “golpe de Estado” para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), conforme sugerem mensagens interceptadas no celular do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid. Maia declarou também que, se a CPI mostrar que membros do Exército Brasileiro estiveram envolvidos com ideais e planejamentos golpistas, isso não representa a Instituição e nem as Forças Armadas.
O presidente da CPI afirmou que os acampamentos “foram um erro geral” não só do Exército. “Obviamente que aqueles acampamentos deveriam ter sido desmantelados no primeiro momento”, declarou. O senador de oposição Magno Malta (PL-ES), membro da comissão, disse que houve omissão do governo do presidente Lula ao assumir o mandato e não desfazer os acampamentos, já que eles eram responsabilidade da sua gestão a partir de 1º de janeiro.
Maia afirmou que o projeto dos acampamentos era pregar contra o Estado Democrático de Direito. “O propósito daqueles acampamentos era uma pregação às Forcas Armadas, solicitando que as Forças interviessem contra o Estado Democrático de Direito”, disse. Na 2ª feira (26.jun), o ex-chefe de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Jorge Eduardo Naime, disse à CPI que as Forças Armadas impediam ações da PM dentro do acampamento de bolsonaristas extremistas em frente ao QG (Quartel General) do Exército, em Brasília.
Poder 360