Segundo o presidente, quem quiser derrotar Maduro terá que fazê-lo nas eleições

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta 5ª feira (29.jun.2023) a interferência estrangeira na Venezuela. Segundo ele, para vencer Nicolás Maduro é preciso derrotá-lo nas eleições locais. O petista disse que é preciso fiscalizar a lisura do pleito, mas que a oposição precisa aceitar o resultado eleitoral. “O que não está correto é a interferência de um país dentro de outro país. O que fez o mundo tentando eleger o [Juan] Guaidó presidente da Venezuela, um cidadão que não tinha sido eleito. Se a moda pega, não tem mais garantia na democracia, não tem mais garantia no mandato das pessoas”, declarou em entrevista à Rádio Gaúcha, do Rio Grande do Sul.

Lula disse que, no começo de seu 1º mandato como presidente, montou um grupo com autoridades internacionais para que fosse feito um referendo na Venezuela. Segundo ele, o pleito foi legítimo, mas a oposição à época não aceitou o resultado. Nesse momento, Lula comparou a situação com a do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em 2018, a oposição não reconheceu a reeleição de Nicolás Maduro.

“Nós não tivemos um cidadão aqui, um sabidinho, que não quis aceitar o resultado eleitoral? Nós não tivemos um cidadãozinho aqui que quis dar golpe dia 8 de janeiro? Tem gente que não quer aceitar o resultado eleitoral. Nem todo mundo é como Lula, que perdeu do Collor e aceitou o resultado. Que perdeu duas vezes do Fernando Henrique Cardoso e aceitou o resultado”, afirmou.

Apesar de defender a não interferência na política interna da Venezuela, o petista afirmou que é preciso fiscalizar a eleição do país vizinho para saber se será honesta, voltando a fazer referência a Bolsonaro. “Quem quiser derrotar o Maduro, derrote nas próximas eleições agora. Vai ter eleições. Derrote e assuma o poder. Vamos lá fiscalizar, se não tiver uma eleição honesta a gente fala”, afirmou.

“Você vive em um país em que o [ex-]presidente da República passou até hoje criticando a seriedade das urnas eletrônicas. É preciso que a gente também fique um pouco atento para que a gente não apenas faça refrão sobre coisas que a gente às vezes não conhece profundamente.”

MADURO O presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro Moros, 60 anos, comanda um regime autocrático e sem garantias de liberdades fundamentais. Mantém, por exemplo, pessoas presas pelo que considera “crimes políticos”. Há também restrições descritas em relatórios da OEA (sobre a “nomeação ilegítima” do Conselho Nacional Eleitoral por uma Assembleia Nacional ilegítima) e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (de outubro de 2022, de novembro de 2022 e de março de 2023).

Poder 360

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