Macron tenta evitar a disseminação de confrontos, que se agravam pela terceira noite, após a morte de jovem por policial.

Três noites de protestos violentos, barricadas, prisões, prédios públicos danificados e carros incendiados.

A reação popular à morte do adolescente Nahel, baleado à queima-roupa por um policial em Nanterre, nos arredores de Paris, vem alarmando o governo francês: numa tentativa de evitar o risco de contágio e a repetição dos distúrbios ocorridos na chamada “revolta das periferias”, em 2005, Emmanuel Macron despachou 40 mil agentes de segurança para as principais cidades do país.

A tensão racial se alastra num roteiro já conhecido e ancorado na brutalidade policial em regiões marginalizadas e povoadas por descendentes de imigrantes. Fez o presidente francês pedir calma e apontar a morte do jovem como inexplicável e indesculpável.

O policial suspeito de atirar em Nahel, jovem de origem argelina que dirigia um carro e tentou escapar de uma blitz, foi preso preventivamente.

Ele viu um rosto de árabe, um garotinho, e quis tirar a vida dele”, desabafou a mãe Mounia, referindo-se ao agente que disparou a arma.

O drama tem os mesmos ingredientes do estopim dos protestos que eclodiram por três semanas nos subúrbios 18 anos atrás: um policial mata um adolescente de uma comunidade carente da capital francesa.

Grupos de jovens dos chamados banlieues saem às ruas para expressar a raiva latente de uma população marginalizada e oriunda de ex-colônias francesas, destruindo o que há pela frente.


G1



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