Acesso a 4G e 3G, porém, está abaixo da média global: 18,3 milhões e 16,5 milhões, respectivamente, não têm acesso; em 6 Estados mais de 20% da população não tem cobertura.

Depois de 1 ano do início da implantação do 5G, a nova tecnologia já chegou a 93 milhões de brasileiros. Dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) mostram que a cobertura se ampliou rapidamente, antecipando aos prazos estabelecidos, e está disponível a 46% da população. O sinal de 5G já foi disponibilizado para todas as capitais e também para cidades com população superior a 500 mil habitantes. Ao todo, 753 municípios dos 5.568 do país já contam com rede 5G disponível. Já para cerca 54% da população o serviço ainda não chegou. O percentual representa 109,5 milhões (leia em infográfico mais abaixo).

Os números se referem a março de 2023 e consideram a população de locais que já contam com antenas de 5G. No entanto, para ter acesso, é preciso que os moradores tenham aparelhos compatíveis com a tecnologia e plano de dados móveis contratado. Segundo a Conexis Brasil Digital (Sindicato das Empresas de Telecomunicações e Conectividade), o total de usuários com acesso a essa tecnologia está em aproximadamente 10 milhões.

As operadoras têm antecipado o cumprimento das metas de cobertura. O edital determinava a instalação primeiro nas capitais, até 2022. O prazo para cobrir municípios com mais de 500 mil habitantes era até 2025. Para a Conexis, o modelo não-arrecadatório do leilão permitiu que as empresas vencedoras conseguissem investir de forma mais célere.

O edital do leilão do 5G, realizado em 2021 pela Anatel, também impôs às operadoras vencedoras das faixas o compromisso de levar o 5G para todos os municípios com mais de 200 mil habitantes. E, até 2027, as cidades com população acima de 100 mil serão contempladas. A meta é que até o final de 2029 todas as sedes de municípios e outras 1.700 localidades não-sede tenham 5G.

No entanto, as operadoras apontam 2 desafios para acelerar a implantação do 5G. O principal é a liberação da frequência 3,5 GHz, que hoje está ocupada pelo sinal das parabólicas, o que impede que seja autorizada a implantação em cerca de 4.000 municípios. Hoje, só 1.600 cidades podem receber a tecnologia.

“Hoje, se as operadoras dos lotes nacionais, que são a Tim, a Claro e Vivo, quisessem colocar antenas de 5G no país todo, isso não seria possível, porque é preciso autorização da Anatel. Essas operadoras compraram uma faixa de frequência de 3,5 GHz que hoje está ocupada por serviços de satélite e TV parabólica. Está sendo feito um trabalho de substituição das parabólicas para que a frequência migre e permita à Anatel autorizar mais cidades“, diz Diogo Della Torres, coordenador de Infraestrutura da Conexis.

Outro problema, de acordo com o presidente executivo da TelComp (Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas), Luiz Henrique Barbosa, é que várias cidades ainda não contam com lei de antenas dentro do que se exige o 5G. Os municípios precisam ter legislação que regulamente a concessão de licenças de forma simplificada e a instalação de antenas para cada 15.000 habitantes.

“A gente tem feito um esforço com outras associações do setor para que sejam atualizadas as leis de antenas. Todo mundo quer o 5G, mas as leis têm que ser atualizadas para permitir uma maior densidade de antenas na mesma cidade“, explica Luiz Henrique Barbosa.

3G E 4G ABAIXO DA MÉDIA GLOBAL Enquanto o 5G tem avançado mais rápido do que se esperava no país, a cobertura de 3G e 4G no país está abaixo da média global. Dados da Anatel mostram que quase 10% dos brasileiros não têm nenhuma dessas duas tecnologias disponíveis, que chegam para cerca de 91%. A média global de habitantes com cobertura de 4G ou ao menos 3G é 95%, segundo estudo feito pela ITU (União Internacional de Telecomunicações), agência da ONU especializada em tecnologias da informação e comunicação com dados de 2022.

Na comparação por continente, o Brasil só supera a África, onde essas redes estão disponíveis para 83% da população. Nas Américas, a média é de 95%. Já na Europa, a cobertura chega a 100% dos habitantes.

Poder 360

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