Congressista é investigado por suposta tentativa de golpe de Estado tratada em reunião com Jair Bolsonaro e Silveira

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) reafirmou à PF (Polícia Federal) que a ideia para uma suposta tentativa de golpe de Estado foi do ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). O planto de gravar o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes teria sido tratado em reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-congressista. Segundo do Val, Bolsonaro ficou calado ao ouvir o plano. Ele prestou novo depoimento à PF na 4ª feira (19.jul). O ex-presidente depôs em 12 de julho.

Em 1º de fevereiro, do Val afirmou que Bolsonaro teria tentado coagi-lo a participar de um golpe de Estado depois da derrota nas eleições contra o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Um dia depois, em 2 de fevereiro, recuou e isentou o ex-presidente de responsabilidade na suposta tentativa. O jornal O Estado de São Paulo teve acesso ao depoimento do senador desta 4ª feira (19.jul). Marcos do Val disse que “percebendo que havia feito essas acusações infudadas, em um momento de raiva, resolveu desdizê-las em várias manifestações posteriores”.

Ao depor na última semana, Bolsonaro negou que tivesse sido discutido na reunião um plano de gravar Moraes e tentar anular o resultado da eleição presidencial de 2022. Entretanto, do Val declarou que Daniel Silveira falou sobre a ideia “na presença do ex-presidente Jair Bolsonaro”. O ex-presidente, segundo o senador, não se manifestou durante a conversa. O congressista disse que o convite para a reunião partiu de Bolsonaro. Conforme do Val, a responsabilidade de idealizar e marcar o encontro era de Daniel Silveira, mas o ex-deputado estava no telefone com o ex-presidente ao abordá-lo no Congresso.

Silveira teria dito ao senador que o “zero um” precisava falar com ele e passado o telefone. Bolsonaro, então, o teria convidado para o encontro. De acordo com o senador, “pela expressão de surpresa do ex-presidente”, ele “acredita que apenas Daniel Silveira sabia do que seria tratado na reunião”. Ao ser questionado pela PF sobre o envolvimento de outras pessoas, do Val respondeu que, depois do encontro, Silveira enviou uma mensagem por WhatsApp em que se lia: “Irmão, essa missão está restrita a 3 pessoas e só irá ficar, provavelmente, com mais 5 após concluída. Cinco estrelas”.

O senador falou não saber o que o ex-deputado quis dizer ao usar o termo e não perguntou a Silveira.

Poder 360

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