Presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), disse que o adiamento dará tempo para que os membros analisem as provas contra Delgatti que chegaram aos parlamentares

O depoimento do hacker Walter Delgatti Neto à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos de 8 de janeiro foi adiado para o próximo dia 17.

Segundo a relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), há “óbices” ao depoimento porque Delgatti está preso desde 2 de agosto, suspeito de invasão a sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), disse que o adiamento dará tempo para que os membros analisem as provas contra Delgatti que chegaram na comissão.

“Penso que a oitiva do hacker Walter Delgatti só será contributiva para a CPMI do 8 de janeiro depois que tivermos acesso aos documentos e provas, como quebras de sigilos e outros. Não adianta ouvi-lo agora sem os elementos necessários para confrontá-lo”, afirmou Maia.

Com o adiamento, a CPMI ouve nesta quinta (10) a policial militar do Distrito Federal Marcela da Silva Morais Pinno, que foi jogada de uma das cúpulas do Congresso, a uma altura de 3 metros, quando tentava barrar a invasão do prédio pelos vândalos.

O nome de Delgatti surgiu na comissão logo depois que ele foi detido em uma operação da Polícia Federal, no último dia 2 de agosto, sobre invasões ao sistema do Poder Judiciário.

Os crimes investigados pela PF ocorreram entre os dias 4 e 6 de janeiro de 2023, quando teriam sido inseridos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e, possivelmente, de outros tribunais pelo país, 11 alvarás de soltura de indivíduos presos por motivos diversos, além de um mandado de prisão falso contra Alexandre de Moraes.

Na mesma operação que os policiais prenderam Delgatti, houve o cumprimento de mandados de busca nos endereços da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

A PF suspeita que a parlamentar tenha contratado o hacker para incluir documentos no sistema judicial e possivelmente interferir em urnas eletrônicas através do código-fonte.

A PF encontrou pagamentos de dois assessores de Zambelli ao hacker Walter Delgatti de forma fracionada. Um requerimento de convocação de Zambelli para depor na CPMI chegou a ser protocolado, mas não foi votado.

CNN


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